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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Diálogos sobre a submissão e a condição humana

-Olha uma barata morta.
-Nossa! Impressionante.
-Né?! Pode ter sido Kafka...
-Kafka era um homem, não uma barata.
-Mas no livro dele que eu li...
-Aquilo era em sentido figurado! Ele queria exemplificar como se sentia diferente das outras pessoas. E mostrar que a angústia dele era tamanha que nem mesmo a família dele, que antes o tratava bem, conseguia lhe dar com essa gritante diferença entre uma pessoa totalmente introspectiva e um mundo totalmente extrovertido e embasado em aparências. Dessa forma ele se utiliza da concretização de um sentimento de repugnância condiciondo socialmente pra se expressar e condenar essa exclusão tão cruel e banal que se tornou a própria vida.
-Ah tá... Mas bem que podia ser né?!
-É poderia.

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