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domingo, 30 de dezembro de 2007


Definições de amizade:

Aécio: "A amizade é um comércio desinteressado entre semelhantes."

George: "Amigos são como sutiãs: perto de seu coração e lá para apoiar".

Luiz: "Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disputa e mesmo assim muito afeto".

Eu: "Só os solitários conhecem a alegria da amizade. Outros têm suas famílias, mas só para um solitário e um exilado os amigos são tudo."


"O verbo “amar” em persa tem o mesmo significado que “ser amigo”. “Eu te amo” traduzido literalmente é “te considero um amigo” e “eu não gosto de você” simplesmente quer dizer “não te considero um amigo”." (Susha Guppy)

sábado, 29 de dezembro de 2007

Antiadubos Humanos

Divididos e ocupados
Às vezes não notamos quem está ao nosso lado.
Nossos sensos de justiça limitados
Restringem-se apenas a absolver nossos atos.

E assim, vivemos como o oposto do adubo.
Este, mesm sendo um resto de comida
Entrega-se a quem dele precisa

E concretiza assim o ato mais bonito do mundo.

Enquanto nós
Desperdiçamos nosso potencial
Com o nosso egoísmo dantesco e sem igual
Sem ceder nada do que fazemos
Aqueles que não conhecemos

Nos tornamos dessa forma
Fétidos e inúteis ânus.
Podendo apenas ser definidos
Com a palavra mais desprezível do mundo...HUMANOS!

Câncrumano

Eu sou como um câncro que nasceu pra destruir.
Não adiante querer ser bom, virtuoso ou gentil,
Essa é minha natureza e não há como fugir!

Não que eu deva me orgulhar, mas por quê me envergonhar?
É assim que eu sou, sempre fui e sempre serei.
Tentar mudar seria como me apagar.

E por que devo mudar?
Pra que me adaptar?
Por que razão devo tolher meu próprio eu e aumentar meu sofrer?

Pra ser como você?

Você é só uma forma hipócrita de ser eu!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Amarga Ilusão

Por favor, não seja tão feliz...
Quem lhe disse que isso é bom?
Felicidade é INSANIDADE!

O sol doira? Só aqui!
Nossa agradável tarde de verão gera secas, fome e miséria.

A chuva cai suave no chão? Doce ilusão...
Incompetência das enchecnte e sua devastidão.

Não te iluds, nada é bom.
Tudo é apenas uma forma do ruim se formar.
Não busque nunca a felicidade

É por causa dela que existe tanta tristeza no mundo!

Bondade, amor e amizade são no fundo o que há de pior:
Cinismo, egoísmo e vaidade!

Início do fim?

Álvaro de Campos Se te Queres

Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente! Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas, Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?

Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido?
O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbihonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...