Facebook

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Anos perdidos

-Fernando Sancho-

Por que escolhi eu escrever?
Por que perco minhas noites imaginando e refletindo sobre a vida e as coisas?
Será que isso ainda vai me trazer algo?
Ou será apenas mais um passatempo transitória pra massagear meu ego?
Por que querer ser como Fernando Pessoa, Kafka ou Dostoievsku?
Ser imortal já tornou alguém feliz?

Por que tantas perguntas em uma folha?
Será que tenho ainda capacidade de ser feliz de verdade?
E se não for nenhum dos dois?
E se só tiver estragado minha vida com coisas fúteis como poemas e diplomas?
E se morrer no ostracismo e nem depois de um ano for lembrado?

Que fiz eu de meus anos?
Que fiz eu de uma vida?
Que fiz eu de meus únicos anos e de minha única vida?
De que adiantou tantas vaidades e privações?
Nada me tornará um cadáver diferente!
Nem a pena que eu sinto do mundo,
Nem a que eu sinto de mim mesmo.
E nem as palavras doces e rudes, que eu disse, ou escrevi,
Farão com que eu seja alguém.
Essas linhas corridas e mal escritas
Serão como tudo, perdidas e esquecidas.
Como quem as escreveu,
Como onde as escreveu.
Tudo é nada.

Mas e se só na minha opnião
As coisas sejam e assim e tudo não seja vão?
E se só na minha impressão os símbolos dessas linhas sejam esquecidos?

Ainda assim de que me adianta os poucos anos que isso será lembrado
Se quem escreveu terá morrido e onde foi escrito abandonado?

O tudo de hoje é o nada amanhã.
E mesmo sendo tudo hoje
Traz o nada em si mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também tenho esses mesmos questionamentos.

Me incomoda saber que tudo é nada.
Verdade inconviniente.