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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O BBB que ninguém quer (deixar de) ver...

Faz muito tempo que não posto e o intuito inicial deste blog seria publicar mais minhas poesias do que crônicas e percepções de um achismo que não me agrada muito (que é justamente o que vou fazer). Deixando de lado a linha da revista carta capital que generaliza todas as pessoas que perdem seu tempo falando mal do Big Brother Brasil para postar de cult, revoltado, ou o que quer que tenha sido definido pelo site. É comum atrelar ao microblog do facebook, que é a redução de um blog (que por sua vez é a redução de um artigo e/ou livro), uma nefasta influência nesta rede social, sendo caracterizada (inclusive pela carta capital) como "maldita inclusão digital". Geralmente este box usado para postar links de videos engraçados, ou qualquer tipo de coisa, quando são usados para a escrita de fato (para além de comentários sagazes,curtos, engraçadinhos e que geralmente ressaltam alguma coisa da moda na internet do tipo modinha de verão como: "Menos Luíza que está no Canadá") esse box se mostra mais doloroso do que o próprio Boxe e somos atingidos por cruzados nos textículos como: "Foi uma PERCA muito grande", "Quem quiser MIM DAR uma ligada meu novo número é: 88...", ou o que é pior, quando este vem a ser o vetor do que a tradição acadêmica classifica como "Baixa cultura" e que o vulgo popular chama de " Que merda do caralho!". Sendo este marcado fortemente pela publicação de modinhas, joguinhos importados do orkut, trechos da bíblia (no meu caso particular) e em sua forma mais asquerosa os "Bigs Brothers" da vida. seja original, ou seja genérico este tipo de conteúdo causa o que o matuto chama no português arcaico de "Arrupeiu na espinhela", o indivíduo alfabetizado (considerando alfabetizado quem sabe ler e realmente o faz, quem sabe e não pratica possui um saber inócuo, que não possui efeito algum na vida deste ser) sente imediatamente um arrependimento crônico por ter aceitado como amigo, seguindo a cordialidade, as prerrogativas de civilidade e/ou, até mesmo, por ter se deixado guiar pela beleza aparente daquele ente anta. A vontade de deletar e bloquear aquele usuário é mais instantânea do que miojo, mas novamente lhe ataca a compreensão e a tolerância (falsa) característica do brasileiro. Mais um iludido pelo mito da cordialidade brasileira e que irá pagar caro. O motivo pelo arrependimento é que no final do programa, mesmo nunca tendo-o visto, todas aquelas informações chegarão a um receptor que não pode ter controle sobre as mensagens que quer receber, mostrando toda a impotência deste ser ante uma estrutura comunicacional obsoleta chamada mídia de massa.
Esta estrutura penetra nas redes sociais e em todas as mídias do país, consciente, ou inconscientemente. Este é o verdadeiro Big Brother, como concebido por George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, escritor que em sua obra mais famosa ("1984") descrevia a sociedade totalitária de um futuro nada promissor embasado no stalinismo vigente na URSS, no personalismo, populismo e "ditadura do proletariado" (ele só não tinha dito que a ditadura era de UM proletariado).

Pois bem, eis que, eu não tendo nada a ver com o assunto me vejo bombardeado por comentários de todo tipo de gente sobre este programa. O fato que veiculou tal repercussão foi um suposto estupro de um dos participantes que fez sexo com uma mulher embriagada, portanto sem capacidade de consentir com a prática. Logo emergem os paladinos da moral e do bom senso, uma pessoa fala em termos jurídicos, outra em termos sociológicos falando de racismo (por acaso o cara era negro), outra ainda vem relembrar um depoimento de um participante que alegava bater na mulher até sangrar, na hora do sexo e etc. Nesse último caso devo advogar em defesa deste participante, mesmo não sabendo quem foi, porque uma mulher que faz sexo com um tipo de cara desses merece realmente apanhar...

Todos temos taras, se esta é consentida com o parceiro é o direito de intimidade prescrito pelo 5° artigo da constituição de 88 que vigora. Mas, enfim, o que me deixou indignado não foi o fato de um possível racismo versus um possível estupro... o que me deixou indignado foi a indignação das mesmas pessoas que dão audiência para este tipo de lixo! Não me refiro ao Big Brother Brasil, mas ao Big Brother DO Brasil, o legado do finalmente finado Roberto Marinho conhecido como Rede Globo. Esta emissora que emergiu na época da ditadura militar brasileira e cresceu sob a tutela dos militares, lucrando indiretamente com as torturas e a censura (diferentemente da folha que lucrava diretamente) e fazendo ela mesma sua censura, ao não mostrar manifestações contrárias ao governo ditatorial. Censura branda, pela omissão, ou pela simples disposição das palavras utilizadas (dentre outros artifícios da indumentária democrática que agora veste, como por exemplo: ). Um outro exemplo desta vez do BBB o programa (não a emissora): Mostra um bolinamento não consentido por um apresentador de televisão da emissora a uma das participantes que não poderia ser considerada exatamente uma freira, mas que tem o direito de não querer levar o que atende pela alcunha nos meios populares de "dedadinha". Desta vez, não lembro de haver comentários nas redes sociais, ou qualquer atitude da polícia (mesmo ela estando embriagada e se aplicar o princípio do caso mais atual), já que desta vez não era um negão desconhecido em busca de fama a qualquer custo, mas um apresentador da emissora branco, frequentador da higth society "cariooouuca". Quem mandou confiar nos mitos de cordialidade brasileira e de democracia racial? A polícia tá aí pra mostrar que é um mito! Sei que é "matar formiga com tiro de bazuca", como diz um amigo meu, mas precisava me expressar, perdão pelos erros, mas foi escrito na velocidade do pensamento. Menos um câncer...

Um comentário:

franzé matos disse...

Excelente texto! Muito bem argumentando e levantando questões muito relevantes!