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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Gênesis - Capítulo II

Quatro dias sem fumar e entre sonhos envoltos em fumaça e acordar fumando o fio do computador, parece que toda minha energia está concentrada nisso.
Sempre achei que fosse fácil parar de fazer alguma coisa, já que em suma você simplesmente teria que fazer nada. Mas não fazer alguma coisa proibida é extremamente cruel para o ser humano. Caso Deus tivesse posto no Éden qualquer outra coisa teríamos comido, porque é da nossa natureza transpor regras e limites. E é lógico que ele queria que nós comêssemos o pomo, caso contrário teria posto algo que não fosse comestível. Mas em toda sua malícia egocêntrica o Deus dos Hebreus não pode se conter de fazer uma brincadeira de mal gosto e pôs um suculento pomo sendo oferecido por uma linda mulher nua...
Se Adão tivesse resistido deveria ter sido canonizado de imediato e à Eva caberia o desafio de resistir ao Deus através da razão e estando em plenitude com sua liberdade e consciência, diferentemente do medroso que preferiu manter-se fantoche do mais forte.

A criação de Eva no Gênesis é a própria criação da liberdade humana. Não pode haver liberdade parcial, como a que o Deus cristão deu às suas crias. A liberdade só existe quando é plena. O pomo que Eva ofereceu a Adão e que, segundo a tradição cristã, deu à mulher ocidental o lugar de submissão que ocupa hoje em dia foi na verdade a redenção e não a perdição.

Sempre achei que em meio a epidemia de câncer que vivemos fumar ou não era facultativo. Mas além da saúde há a liberdade e esta deve estar acima de qualquer força física ou metafísica.

como diria Oscar Wilde:
"Toda a mulher acaba por ficar igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia. Nenhum homem fica igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia."

Talvez por elas terem comido primeiro tenham melhor discernimento.

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